domingo, 26 de fevereiro de 2017

ANUNCIAÇÃO


Declaro aberto o blog D'Angelo a cores!
Trataremos de temas do cotidiano pelo viés poético e aspirante a sociológico também. Com abertura a musica, devaneios, inspirações, gênero e sexualidade (empirica e não empiricamente)  e muita iniciativa e luta pela igualdade humana. Sintam-se a vontade para ajudar na construção desse blog, criticas e elogios são bem vindos. Abaixo seguem links meus para o contato pessoal. Let's que let's!

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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

VÁLVULA


Mas que vida é essa onde não me reconheces?
Que não posso te chamar pelo nome
Que não respondes
Que teus braços não me aquecem?
Cadê tua serena e maldita canção
que insistia em soar nos meus ouvidos
Com tua voz doce
As letras que fiz
Como canções de ninar?
Sua face mistura-se
Sua voz se altera
Não és mais a mesma
E digo mais
Não és mais minha amada
Amo apenas o que restou
E como se perderam minhas linhas outras
Que também falavam sobre ti
Essas não tardarão a se apagar
Como seus traços faciais
Teu tom
No baú dos desesperos humanos
A válvula triste
Meu coração.
Volte pro buraco onde lhe criei
Nunca foste mais que um receptáculo
Meu receptáculo
Porque fui eu quem fiz.
É o mal dos criadores
A praga da imperatriz.

D'ANGELO



domingo, 19 de fevereiro de 2017

A LEVEZA

seus olhos fitavam os meus. juro-te, impensável era o caso. do medo e do momento tirei
intrépida coragem pra chegar-te e encostar meu rosto ao seu, dizendo duas ou três
palavras. sua face rosada balançou positivamente, seu sorriso abalou meus neurônios,
sentia então você como eu, vice e versa, uma massa disforme num planeta chamado terra.
pedia ao deus moinho que ele soprasse ao teu ouvido, para que escutasse o que eu tinha a
dizer. lábio com lábio, a doçura se entende,sabes? mas a intensidade de viver-te vai além.
além de tudo,talvez. além do eu...até. Leve contigo partes de mim, para que ao menos elas
lhe conheçam bem. Leve, mas volte se quiser. Apenas leve, corazon. Leve.

leve pluma, há quem o diga
fardo impensável, serotonina
meu vício, tua boca
dois lábios de menina.
um encontro casual
talvez comum, alheio ao “mais”
todavia sei que posso dizer sim
sei que casualidade não me satisfaz.
maldito seja o século vinte e um
que trouxe curas e revoluções
mas também trouxe o medo e o receio
de viver amores e paixões.
certa de meu parnasianismo inútil
frustro-me e o utilizo como válvula de escape
para que a métrica traduza aos poucos
o desejo mórbido da minha insanidade.
mas nem de longe isso é uma entrevista
boletim ou diário de alquimista
não cobro respostas nem mudanças
abrupta hora,
dissipadas
esperanças.
só queria tua sombra
confundindo-se com a minha
só queria tua hora
um pedaço do teu dia.
todavia só a tua consciência
a tua doce consciência da minha existência
já me basta. já me salva. me completa.

D'ANGELO

Opala Azul. "O Universo".