quarta-feira, 21 de junho de 2017

NUA

Nua, embaixo das cobertas, Luana suplica por amor. Mais um dia inteiro se passa e a noite fria arrefece, desprovida de roupas roça consigo mesma suas partes, na esperança de lançar um ferormônio que pudesse atrair carinho donde fosse, como um animal. Animal que era e que se reconhecia, pegava-se no cântico solista dos desejos. Olhava-se no espelho e desejava-se. Mas sabia que seduzir é uma arte além das análises visuais. Seduzia-se. Porém nessa altura só queria saber mesmo era de uma boa companhia. Olhando em volta, pensava:
-Droga. Eu poderia estar aproveitando o momento.
Frustrada até o pescoço, puxa as cobertas e se cobre toda.
Logo dorme terno sono.

Se Luana não vive o momento, perde o momento e perde Luana.
Se Luana não aproveita o momento,
O momento não aproveita Luana.

D'ANGELO

Um comentário:

  1. Pobre Luana, nada mais frustrante do que a solidão libidinosa...Seduzir-se a si mesma é como arder nas chamas de sua própria inquisição.

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