segunda-feira, 12 de junho de 2017

SUMIÇO

Bem sabes que toda teoria é falha
Tua retórica podia ser fria
Se tua presença preenchesse os vácuos
Que subsistem na ponta da sua língua

Mas não
Preferes o silencio e o sumiço
A cafuzo que se narciso
Se escolher amar-te da cabeça aos pés. 

Dane-sem as centenas de poemas
Que voem as borboletas do estomago
Quem nasceu pra ser eu mesma
Tá longe de Saramago, Bandeira
Mas perto do amor amargo
Que esse sim conheço bem
Pra fazer poema.

Pra falar da dor
Não precisa de etiqueta
Só do teu endereço
E de tinta na caneta.

Por fim pensei em cair no teu esquema e sumir também
Mas minha falta nunca será igual a tua
A tua é frequente e inconsequente
A minha, quando acontece, é eterna enquanto dura. 

D'ANGELO


Böcklin, Self-Portrait with Death Playing the Fiddle


"The Labyrinth of Crete, Theseus and The Minotaur" "Athenians being Delivered to the Minotaur in the Cretan Laby" by Gustave Moreau.-


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